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De olhos fechados, um turbilhão de sensações percorre seu corpo – o sol queima a pele, a areia esquenta os pés, o vento refrescante bate em seu rosto e chacoalha seus longos cabelos louros e, no ouvido, a sinfonia das ondas quebrando no mar cristalino. Se existe um paraíso, certamente ele fica na fictícia Vila dos Ventos, e Ester (Grazi Massafera) sabe disso.
É nesse lugar entre dunas, salinas e belas praias que ela descobriu na juventude o amor verdadeiro porCassiano (Henri Castelli). Ela, uma guia turística que faz passeios de bugue; ele, piloto líder do esquadrão de caças da Aeronáutica. Mas, como nada sobre o amor é previsível, até em um lugar perfeito podem nascer as mais diversas provações. E com Ester não poderia ser diferente. O namoro, que se encaminhava para um oceano de águas tranquilas, é tomado por uma forte tempestade quando Cassiano desaparece misteriosamente no Caribe. Um golpe que mudará completamente o rumo da vida dos dois – fazendo de Ester uma nova mulher e levando Cassiano a enfrentar grandes perigos para reencontrar o seu grande amor. “É uma novela que fala sobre amor e conflito. Uma trama onde o casal se perde e demora a se encontrar”, diz Walther Negrão, autor de ‘Flor do Caribe’.
A aventura amorosa que começa no dia 11 de março, no horário das seis, na Rede Globo, conta a saga desse casal: uma mulher, que será capaz de ultrapassar os obstáculos impostos pela vida para ficar com seu grande amor, e um homem, que desafia o destino em nome da justiça e em busca de seu amor perdido. “Uma das características principais da novela é a sutileza. É uma novela delicada em relação à forma. Tudo é muito bonito, romântico, colorido, suave e ao mesmo tempo tem uma história forte”, comenta Jayme Monjardim, diretor de núcleo e diretor-geral junto com Leonardo Nogueira.
Amigos, amigos, amores à parte
Foi só chegar à adolescência para as brincadeiras inocentes na Vila dos Ventos virarem um rolar apaixonado pelas dunas, e Cassiano e Ester descobrirem o forte sentimento do amor puro e sem frescura. Mas nem por isso faltam suspiros apaixonados e até ciumentos da guia pelo piloto toda vez que ele veste a farda e sai pelo mundo em missões da Aeronáutica. A jovem bem sabe que divide o amor e a atenção de Cassiano com os aviões que ele pilota.
A vida dos dois se encaminha mansa para o desfecho esperado: o casamento para unir definitivamente as almas gêmeas. Para os sonhos se realizarem, basta um pouco de paciência e tempo para construir a nova casa, acertar os detalhes e terem seu final feliz.
O futuro dos dois parece certo até a volta do terceiro mosqueteiro e amigo de infância, Alberto (Igor Rickli). Após anos afastado de Vila dos Ventos, o herdeiro da rica família dos Albuquerque reencontra Ester e Cassiano. O momento é carregado de alegria, emoção e lembranças da infância passada pelo trio. E, por considerar Alberto como irmão, Cassiano nem percebe que o amigo descobriu a linda mulher que Ester se tornou.
Anos atrás, Alberto se muniu de toda sua coragem e abriu seu coração para Ester e, ao ser completamente rejeitado por ela, sufocou sua cobiça e foi embora da vila sem olhar para trás. Agora, de volta, ele só tem uma certeza: fará de tudo para conquistá-la nem que para isso tenha que passar por cima de seu melhor amigo.
O primeiro passo para concretizar seu plano é aceitar assumir a presidência do Grupo Albuquerque, um rico conglomerado que possui salinas, minas de diamante e de tungstênio, a pedido de seu avô Dionísio (Sérgio Mamberti). Ao saber do problema com uma remessa de diamantes para o Caribe, Alberto enxerga a oportunidade perfeita para se livrar de Cassiano.
Um favor. Para Alberto é simples pedir para Cassiano entregar um carregamento de diamantes ao mafioso Dom Rafael (César Troncoso) no Caribe. Sem desconfiar do golpe que está sendo planejado, Cassiano aceita a missão. Afinal de contas, como negar um favor para seu melhor amigo?
Ao chegar ao Caribe, o plano de Alberto se desenrola como previsto pelo empresário. Quando a entrega dos diamantes é feita, Dom Rafael descobre que são pedras falsas e o piloto é feito prisioneiro na fazenda. Alberto sabe que Cassiano jamais conseguirá fugir do domínio do mafioso, feito impossível até hoje. E assim acredita que será uma questão de tempo para conquistar Ester.
Enquanto isso, preso numa cela, Cassiano faz vários questionamentos: como seu melhor amigo pode ter feito isso com ele? Por que Alberto fez isso? E Ester, o que será dela? São perguntas que não saem de sua cabeça, mas se transformam no combustível necessário para fazê-lo suportar a prisão e planejar sua fuga.
Para ajudá-lo nesta empreitada, o piloto descobre em Duque (Jean Pierre Noher) – um falsário e companheiro de carceragem – o amigo que precisava. A partir daí, os dois unem suas forças e habilidades para encontrar uma saída. Uma operação arriscada de fuga e perseguição, com direito a capangas de Dom Rafael no encalço, mas também com a ajuda mais do que especial da malandra profissional Amaralina (Sthefany Brito) e do abrigo grato de Cristal (Moro Anghileri).
Os Ases Indomáveis
Um homem dividido entre dois amores: a paixão de voar e a paixão por Ester. É assim que se sentia todas as vezes que saia do lado dela para viajar em uma missão secreta pela Aeronáutica. Sempre ao seu lado, os parceiros Ciro (Max Fercondini), Amadeu (Dudu Azevedo) e Rodrigo (Thiago Martins) riscava m os céus de Vila dos Ventos a bordo dos potentes caças da FAB (Força Aérea Brasileira).
Muito mais do que amizade, a relação entre eles é de extrema confiança, já que suas vidas dependem um do outro. E é exatamente por isso que seus amigos não acreditarão que Cassiano simplesmente fugiu deixando seus grandes amores para trás.
Morando juntos em uma república de pilotos na Vila dos Ventos, Ciro, Amadeu e Rodrigo ganharão uma hóspede linda e indesejada, a capitã Isabel (Thaíssa Carvalho). A jovem chega de mansinho e vai cavando seu lugar na casa, no esquadrão e ainda passa a ser alvo de paquera dos pilotos. Situação da qual Isabel sabe sempre se sair muito bem.
O agito da vila
Se existe em Vila dos Ventos um lugar em que a agitação não para é no bar comandado por Bibiana (Cyria Coentro). Cozinheira de mão cheia, ela recebe todos os dias os peixes fresquinhos que Donato (Luiz Carlos Vasconcelos), seu marido, pesca em seu barco, e de seu fogão saem as mais deliciosas moquecas que atraem os moradores e turistas. Apesar de seu casamento sólido, Bibiana sofre com os constantes conflitos entre seu filho Hélio (Raphael Viana) e o pai. Ambicioso como só, Hélio não se conforma com a origem humilde e despreza o trabalho de Donato.
Tudo na vida tem consequência
Atormentado pelos anos de trabalho no Grupo Albuquerque, Seu Chico (Cacá Amaral) está perdendo sua visão. Ele sofre as consequências do trabalho quase escravo que Dionísio (Sérgio Mamberti) comanda na empresa. Militante em busca de melhores condições, o pai de Cassiano e Taís (Débora Nascimento) não se conforma com a amizade de seu filho com Alberto, herdeiro do império. Seu Chico não confia em Alberto e deixa isso bem claro. Respeita a amizade do filho, mas alerta para ele ter cuidado, afinal de contas, quem sai aos seus não degenera. Talvez seja o instinto de pai falando mais alto.
O destino dessa família pesará nas mãos de Taís (Débora Nascimento), que se verá obrigada a assumir o bugue e os passeios de Ester para sustentar seu pai e sua mãe, Dona Olívia (Bete Mendes). Não era o que ela queria para seu futuro, mas não vê outra saída a não ser essa. Quando já não tiver mais esperanças, a vida de Taís sofrerá mais uma guinada, mas dessa vez para o bem: o encontro e a descoberta de um sensível e carinhoso Lino (José Henrique Ligabue).
Quando o passado condena
Olhando para Dionísio ninguém imagina que aquele senhor, aparentemente amável, guarda um dos segredos mais obscuros de Vila dos Ventos. Durante a Segunda Guerra Mundial, o patriarca forneceu ilegalmente tungstênio de suas minas para a fabricação de munição e foi fonte de sofrimento de várias famílias.
Outro que carrega as consequências da guerra é Samuel (Juca de Oliveira). O ourives chegou à vila como refugiado vindo da Europa, após uma tragédia se abater sobre sua família. Mesmo após muitos anos, não superou o trauma e sofre com sonhos que o tiram da realidade criada ao lado de sua esposa Lindaura (Ângela Vieira) e de sua filha Ester.
Amor não tem limite
O destino pregou uma peça em Quirino (Aílton Graça). Às vésperas de se ordenar padre, entrou em sua vida um bebê abandonado pela mãe, que ele criou como filho. Juliano (Bruno Gissoni) se transformou em um homem de caráter e um dos melhores pescadores de Vila dos Ventos. Motivo de orgulho para seu pai, que abandonou os estudos da batina para se dedicar a ele.
Agora, com Juliano já criado, chegou a hora de Quirino cuidar de sua vida e finalmente se declarar para Doralice (Rita Guedes). Os dois trabalham juntos na mansão dos Albuquerque e sempre sentiram atração pelo outro, mas Quirino se manteve à distância sem saber se seus sentimentos eram correspondidos pela cozinheira. Mal sabia que Dora, como é carinhosamente chamada, também era apaixonada por ele.
O cangaço mágico e rendado
Basta o sino ecoar do pescoço de Ariana para a freguesia surgir com canecas nas mãos. Logo atrás da cabrinha vem Candinho (José Loreto) dando bom dia para o povo de Vila dos Ventos e oferecendo o leite de porta em porta.
Devoto por sua "bichinha", Candinho sofre todas as vezes em que a espevitada Ariana decide dar uns passeios e desaparece de suas vistas. Um adulto com alma de criança, fantasioso e imaginativo, o pastorzinho conversa e entende o que Ariana quer lhe dizer, fato corroborado por sua avó Veridiana (Laura Cardoso) e por seus irmãos Lino (José Henrique Ligabue) e Dadá (Renata Roberta).
Neta de sertanejos sobreviventes das grandes secas do século passado, dona Veridiana é uma mulher de fibra que cria sozinha os netos no sítio onde cresceu. Capitã dessa família, ela leva todos na rédea curta, especialmente Dadá, que é doida para se casar, e Lino, a quem ela ajuda a esconder os dotes de rendeiro de mão cheia para que "o povo não pense mal do rapaz". Veridiana nunca perdoou a filha Maria Adília por ter abandonado as crianças aos seus cuidados e faz mistério sobre quem seriam os pais dos meninos.
A casa das três mulheres
Com a ajuda das filhas Carol (Maria Joana Chiapetta) e Ludmila (Tainá Muller), que descobriram o paraíso de Vila dos Ventos, Natália (Daniela Escobar) se mudou para lá com as duas para recomeçarem suas vidas. A bióloga aproveita o tempo disponível para se dedicar aos estudos da vida marinha da região e acaba se encantando por Juliano (Bruno Gissoni).
O pescador se aproxima aos poucos de Natália. Uma visitinha aqui, outra ali, sempre trazendo um agrado até que ela perceba o interesse do rapaz. Aí, já é tarde demais. Natália se descobre apaixonada e tendo que lutar contra o preconceito de muitas pessoas da vila.
Uma viagem para o Rio Grande do Norte e para a Guatemala
‘Flor do Caribe’ viajou por lugares diferentes para contar as histórias dos moradores da fictícia ‘Vila dos Ventos’. A novela gravou no Rio Grande do Norte e na Guatemala em quase dois meses de viagem.
A primeira parada foi em Natal, onde os atores Henri Castelli, Dudu Azevedo, Thiago Martins, Max Fercondini e Thaíssa Carvalho gravaram as cenas dos voos dos pilotos de caça na base aérea da cidade. De lá, a equipe, com cerca de 100 profissionais de produção, cenografia, figurino, caracterização, produção de arte, direção, técnica e elenco, seguiu para Ponta do Mel, Dunas do Rosado, Baía Formosa, Praia da Pipa, Barra do Cunhaú, Malembar, Genipabu e para as minas de Currais Novos. Os atores Bruno Gissoni, Aílton Graça, Grazi Massafera, Igor Rickli, Débora Nascimento, José Loreto Jean Pierre Noher, Juca de Oliveira, Raphael Viana e Luis Carlos Vasconcelos gravaram no estado.
Foram oito cidades e aproximadamente 2 mil quilômetros rodados. Para cumprir o cronograma, seis caminhões partiram do Rio de Janeiro com maquinário, figurino, objetos de arte, além de uma van com equipamentos. Ainda assim, parte dos elementos de cena e do figurino foi adquirida pela equipe no próprio local. O figurino de Ester (Grazi Massafera), por exemplo, foi sendo composto ao longo da viagem com as famosas e tradicionais rendas da cidade de Caicó. Já os adereços cenográficos se misturaram, mesclando objetos garimpados no local com os que vieram do Rio de Janeiro em três caminhões, com aproximadamente 20 toneladas, que foram necessários para levar todo o material até o local das gravações.
Já a Guatemala foi o cenário escolhido para contar a aventura de Cassiano (Henri Castelli) e Duque (Jean Pierre Noher) e a fuga deles da prisão de Dom Rafael (César Troncoso). Durante 20 dias, uma equipe de 80 pessoas esteve no vulcão Pacaya e nas cidades de Tikal, Lago Izabal, Antígona e Semuc Champey, para gravar cenas dos primeiros capítulos de ‘Flor do Caribe’. O calor e o alto astral do país marcaram a estada da equipe e dos atores Grazi Massafera, Moro Anghileri, César Troncoso, Sthefany Brito e Igor Rickli.
“Tínhamos que escolher um país do Caribe para gravar. Eu pesquisei muito a América Central até chegar à Guatemala e percebi que ela reunia os lugares mais incríveis que eu já tinha visto. É um país muito bonito, com um clima e cores maravilhosos”, explica Jayme Monjardim, diretor de núcleo e geral que dirigiu as cenas ao lado de Leonardo Nogueira, diretor-geral da trama.
Em busca do figurino natural...
Um figurino orgânico e bem natural. Foi assim que Severo Luzardo sonhou os personagens da novela. Buscando inspiração na cultura local do Rio Grande do Norte, o figurinista foi atrás das clássicas rendas Renascença e dos bordados da cidade de Caicó, que marcam o vestuário de Ester (Grazi Massafera). “Levamos para o figurino da protagonista peças valiosas de renda e utilizamos ainda bordadeiras locais para transportar o Rio Grande do Norte para a trama”, contou o figurinista. A moda regional também será valorizada através de elementos locais da moda masculina, feminina, praia, bijuterias e jóias, após uma vasta pesquisa da equipe.
Um dos pontos altos é a transformação artesanal de imensas peças de renda em roupas, como uma grande toalha de mesa em um belo vestido. Ou o bordado das roupas do cangaço da casa de Veridiana (Laura Cardoso) e Candinho (José Loreto). Uma equipe ficou responsável por envelhecer, tingir, lixar e bordar as peças de forma que dê a impressão de serem usados e surrados.
Com uma natureza já rica e exuberante, Severo apostou em peças mais neutras, mas que exprimem a característica solar da região. Para isso, ele levou uma cartela de cores para Ester (Grazi Massafera) com os tons quentes e queimados, como os amarelos, laranjas, rosas e vermelhos. Já Taís (Débora Nascimento) vai por outro caminho, o dos verdes, azuis e frios. Uma complementa a outra.
Outro ponto alto são os acessórios, as biojoias, que ao longo da trama Ester irá desenvolver inspirados na natureza local.
... E da caracterização real
Se o figurino é natural, a maquiagem tem que ser ainda mais real e aguentar as altas temperaturas impostas pelo sol e pelo calor. Desafio aceito pelo supervisor de caracterização Luiz Ferreira. “Chegamos a um conceito natural por causa da luz externa. Não podemos ter cabelos feitos e maquiagem marcada. A paleta de cores é muito clara, nada muito forte. Eu optei por uma maquiagem mais dourada aproveitando o sol do local. Temos uma maquiagem imperceptível, mas que foi criada para durar”, contou Luiz.
Para ajudar nessa aventura, Luiz utilizou um artifício: três ou quatro tons diferentes de bases douradas que funcionam como base, corretivo, blush e sombra. Na maquiagem também não pode faltar muito filtro solar no rosto, no corpo e nos cabelos.
Na personagem Ester, Luiz apostou em um visual leve. Com um corte repicado somente nas pontas, o cabelo foi mantido na cor natural, mas com dois tons de luzes passeando entre o mel e o dourado. O babyliss entra somente para dar um movimento praiano nas ondas.
Amaralina (Sthefany Brito) chegará na ‘Vila dos Ventos’ para provocar mudanças. Com seu cabelo com mechas rosas, ela usará também os olhos bem marcados e cosmopolitas, refletindo sua personalidade exuberante e de cidadã do mundo.
Uma dupla afinada: cenografia e produção de arte
Coube à cenografia o desafio de montar os cenários de forma que não interferissem na natureza local. Para isso, o cenógrafo Gilson Santos aproveitou a beleza da paisagem como pano de fundo. “Não tem nada mais belo do que a paisagem que já existe no Rio Grande do Norte. Cobrir tudo com um cenário seria um sacrifício”, disse Gilson.
Para as gravações foram construídos dois cenários importantes: a feira dos pescadores da ‘Vila dos Ventos’ e a cabana onde Cassiano (Henri Castelli) e Ester (Grazi Massafera) se encontram.
‘Flor do Caribe’ contará com duas grandes cidades cenográficas. A primeira, na Restinga da Marambaia, abrigará a vila dos pescadores e a cabana, trazida da Praia da Pipa e a segunda, na Central Globo de Produção. Esta última é a maior delas (8.350 m²) e está dividida em três grandes áreas: a ‘Vila dos Ventos’, a mansão de Alberto (Igor Rickli) e o sítio de Veridiana (Laura Cardoso) e Candinho (Jose Loreto). O destaque são as dunas com mais de quatro metros de altura que serão construídas para gravar as cenas com Ester (Grazi Massafera) e Taís (Débora Nascimento).
Foram meses de viagens e pesquisas até que a produtora de arte Lara Tausz construísse o ambiente que cerca a fictícia ‘Vila dos Ventos’. Com um cuidadoso trabalho, a arte foi ressaltando o que já era natural e característico do Rio Grande do Norte. “Nossa pesquisa foi ir atrás dessas pessoas que vivem na região para elas contarem o que há de mais típico, o que usam, como eles seguram cada coisa, qual tipo de planta e material eles usam. Assim, conseguimos passar uma realidade para a novela, conceber um universo crível”, contou Lara.
Como cada estado do Nordeste tem a sua cultura específica, o desafio foi encontrar os elementos que retratam o Rio Grande do Norte. As pesquisas levaram a equipe a adquirir um dicionário com as gírias locais e buscar objetos reais, como jangadas e barcos que foram compradas de um pescador. “Peguei emprestado os lençóis de uma senhora. "Estou aproveitando tudo do local para mostrar o uso, a vivência”, disse.
Para a cabana de Ester e Cassiano, a equipe procurou um lugar rústico, abandonado, mas ao mesmo tempo que tivesse vida. Com a ajuda dos artistas plásticos locais, a cabana foi pintada e um painel, com tinta preparada com areia das falésias, foi desenhado na parede de madeira. A decoração foi feita com redes, palha e muita areia.
A procissão dos barcos em Baía Formosa foi outro destaque. Com ajuda da comunidade e dos pescadores, Lara Tausz e sua equipe colocaram no mar mais de cem barcos, todos enfeitados como se a procissão fosse real. “Na hora de decorar os barcos, as crianças ficaram em volta olhando e depois começaram a ajudar. Assim, fizemos a arte junto com a cidade, exatamente como eles fazem”, contou.
Sempre atenta, coube à produção de arte o apreço aos mínimos detalhes como a escolha cuidadosa de todos os bugues que foram utilizados, a cor amarela que foi desenvolvida especialmente para o carro de Ester e os mais 10 barcos originais que virão para as gravações no Rio de Janeiro.
Preparação dos atores
Para interpretar os pilotos de caça em ‘Flor do Caribe’, Henri Castelli, Max Fercondini, Dudu Azevedo e Thiago Martins se empenharam. Com a ajuda da Aeronáutica, além de aulas teóricas na base aérea de Natal, os atores aprenderam a se portar como verdadeiros pilotos – o que incluiu desde a postura para prestar continência até voar dentro de caças.
Outros atores também tiveram uma preparação específica. Para compor o rico empresário Alberto, Igor Rickli fez aulas de esgrima, enquanto José Henrique Ligabue, do núcleo do cangaço, teve aulas de sanfona. José Loreto aprendeu a ordenhar cabra, já que seu personagem viverá sempre com uma a tiracolo. As mulheres, por sua vez, se dedicaram às aulas de direção de veículos específicos – Sthefany Brito teve aulas com tuc-tuc, carro típico da Guatemala, e Grazi Massafera e Débora Nascimento, que guiarão turistas pelas dunas da fictícia Vila dos Ventos, aprenderam a dirigir bugue.
Um olhar de cinema na televisão
Em busca de um olhar apurado para a direção de fotografia da trama, Affonso Beato foi convidado para prestar consultoria. Com mais de 50 anos como diretor de fotografia, Affonso conceituou, ao lado de Jayme Monjardim, a luz que será utilizada na novela. “É bem fácil trabalhar ao lado do Jayme, ele naturalmente já faz uma fotografia linda e escolhe locações com paisagem maravilhosa. Faço uma tradução do olhar fotográfico para as câmeras”, diz Affonso Beato.
Para dar o tom que eles procuravam, Affonso trouxe referências do pintor Paul Gauguin, com uma palheta de cores esmaecidas. Veio também do diretor de fotografia a sugestão de usar câmeras que captassem o voo dos caças em 360° para fazer com que os telespectadores se sintam dentro dos aviões. Qualidade de imagem que será percebida na tela.
Pela primeira vez em uma novela será utilizada a técnica de noite americana, também chamada de day for night, que significa filmar de dia e tratar a imagem já no monitor transformando em uma noite azulada. “Um bom exemplo foram as gravações na Praia da Pipa. De dia você consegue ver o mar inteiro, com todas as características e detalhes, mas se filmássemos de noite, íamos perder esses detalhes. Usar essa técnica na história da novela é um encontro perfeito”, comenta o diretor de fotografia.
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sexta-feira, fevereiro 22, 2013
Sinopse nova novela das seis 'Flor do Caribe'
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